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Quem eu amo

  • Foto do escritor: ramiro luiz barbosa
    ramiro luiz barbosa
  • 1 de out. de 2016
  • 2 min de leitura

Encantam-me aqueles amáveis, Cujo sorriso meus prós acolhe, Cuja delicadeza meus defeitos corrige. Encantam-me os sorrisos, Cuja conversa olho a olho instiga, Cujo amor se encontra em palavras. Encanta-me a sinceridade, Cujo carinho me evolui, Cuja crítica aos poucos me constrói. Amo mentes abertas, Amo corações que acolhem, Cuja sabedoria simplifica o complexo, Cuja sensatez enxerga além do óbvio. Eu amo, amo muito. Amo demasiadamente a profundidade. Não sou daquelas que nadam em pocilgas. Se eu mergulhar, que seja em oceanos. Eu amo diálogos que cativam, Encantam-me as palavras que transformam. Acerca da origem do universo ou da política, Da existência pós-morte ou do sentido da vida. Encanta-me quem é livre como o vento: Encanta-me pensar e sentir ao mesmo tempo. Encanta-me quem dialoga em poesia, Cita frases pensantes e dá sentido à própria vida. Não quero apenas tua bela face, Dispenso honestamente a tua epiderme. Recuso a tua superficialidade! De pessoas rasas, faço-me lassa. Quero nadar em oceanos, Afogar-me em vossas almas. Encantar-me com cada célula, Conhecer-te cada detalhe. Não me venha com cotidianismo, Não me peça futilidades, Nem mesmo conversas sem sentido: “Tudo bem?”, “E aí?”, “Novidades?”. Exiba-te em si, infinito. Faça-te profundo e mostra-me teu eu; Seja num abraço, num sorriso Ou num verdadeiro papo de macabeu. Pode parecer estranho, Ou complicado para ti. Pode tardar-lhe a tua coragem, Mas exiba o oceano que há dentro de si. Chega já de perder tempo! Isto da lógica já se ausenta, Apenas uma pocilga a mais, E saberás o que me atormenta. Ah, como a vida se perde, No perpétuo vazio, em algo tão vão. Tantos nadando em poças rasas, E grandes oceanos na solidão. A lógica das poças têm em si, O mesmo sentido que lhe direi agora: Afundar em pocilgas faz tanto sentido, Como encarar o oceano, molhar os pés e ir embora.

Amanda Arruda

 
 
 

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